Muita gente se assusta ao encontrar qualquer caroço no corpo, principalmente por não saber do que se trata ou imaginar que possa ser algo grave.
Mas, antes de tirar conclusões precipitadas, é importante entender que um dos mais comuns, o lipoma, aparece com mais frequência que pensamos e removê-lo não é algo tão complexo.
Neste conteúdo, você vai descobrir tudo o que precisa saber sobre o assunto: desde as características mais comuns até as situações que indicam a necessidade de cirurgia. Tudo explicado de forma simples, direta e com respaldo médico. Então, fique com a gente!
O que é lipoma e como ele se forma?
Lipoma é um tipo de tumor benigno formado por acúmulo de células de gordura entre a pele e o músculo.
Em geral, os lipomas têm entre 1 a 3 cm, mas alguns podem crescer mais, chegando a causar desconforto estético ou até físico, dependendo do tamanho e da localização.
A formação do lipoma ainda não tem uma causa única comprovada, mas sabe-se que há fatores genéticos envolvidos. Ou seja, se outras pessoas da sua família já tiveram lipomas, é mais provável que você também desenvolva um ou mais ao longo da vida.
Quais são os sintomas do lipoma?
Na maioria dos casos, o lipoma não causa sintomas além do próprio caroço visível e palpável sob a pele. Ele é indolor, tem consistência macia, bordas bem definidas e se move facilmente quando pressionado com os dedos.
Por isso, muitas pessoas só percebem o lipoma ao notar uma elevação discreta em alguma parte do corpo. Como o crescimento costuma ser lento, ele pode passar despercebido por bastante tempo.
No entanto, em algumas situações específicas, o lipoma pode causar desconforto ou dor, principalmente quando pressiona nervos próximos ou está localizado em áreas que sofrem atrito constante, como ao usar mochila, ou em regiões mais apertadas pelas roupas.
Em casos de lipomas maiores ou mais profundos, é comum a paciente relatar uma sensação de peso, especialmente nas costas ou ombros. Além disso, dependendo da localização, o volume pode gerar incômodo estético e impactar diretamente a autoestima.
É importante observar também se o caroço cresce de forma muito rápida, muda de consistência ou se torna endurecido e fixo. Embora o lipoma seja benigno, essas características podem indicar outras condições, como cistos sebáceos ou abscessos.
Onde o lipoma pode aparecer no corpo?
O lipoma pode surgir em praticamente qualquer parte do corpo onde exista tecido adiposo. No entanto, ele é mais comum em regiões com maior acúmulo de gordura e em áreas submetidas a atrito ou pressão frequente.
Os locais mais comuns são:
- Costas: especialmente na parte superior, próxima aos ombros, região onde há maior concentração de gordura subcutânea.
- Pescoço: tanto na parte posterior quanto lateral, o que pode causar incômodo estético, já que o nódulo fica mais visível.
- Braços e coxas: são áreas onde o lipoma costuma ser facilmente identificado ao toque.
- Abdômen e barriga: podem apresentar lipomas maiores, que muitas vezes geram desconforto ao se movimentar ou vestir roupas justas.
- Ombros: local frequente de formação de lipomas em quem carrega bolsas com regularidade.
- Coluna e lombar: apesar de mais raros, lipomas nessas áreas podem causar dor quando pressionam estruturas nervosas.
- Mamas (em homens e mulheres): podem ser confundidos com nódulos mamários, o que exige avaliação médica para descartar outras condições.
Em casos mais raros, os lipomas também podem se desenvolver em regiões profundas do corpo, como entre os músculos ou até em órgãos internos, dificultando a identificação sem exames de imagem.
Além disso, algumas pessoas podem apresentar múltiplos lipomas ao mesmo tempo, quadro conhecido como lipomatose.
Lipoma é perigoso? Pode virar câncer?
A resposta é não: o lipoma não é perigoso e não vira câncer. Ele é considerado um tumor benigno, formado apenas por células de gordura que crescem lentamente sob a pele. Não possui potencial maligno e, na imensa maioria dos casos, não causa complicações à saúde.
Ainda assim, existem alguns cuidados importantes. Em casos raros, formações semelhantes ao lipoma podem, na verdade, se tratar de outro tipo de tumor.
O lipossarcoma, por exemplo, é um câncer que também se origina em células adiposas, mas apresenta crescimento rápido, consistência endurecida, dor local e aderência aos tecidos.
Por isso, o diagnóstico profissional é essencial. Só um médico pode avaliar corretamente as características do nódulo, diferenciar o lipoma de outras condições e indicar se há necessidade de investigação complementar, como uma biópsia.
Como é feita a retirada do lipoma?
A retirada do lipoma, chamada de exérese cirúrgica, é um procedimento simples, seguro e realizado por um cirurgião especializado, geralmente em ambiente ambulatorial ou hospitalar, dependendo do tamanho e da localização do nódulo.
Nos casos mais comuns, a cirurgia é feita com anestesia local e dura cerca de 30 a 60 minutos.
O médico faz uma pequena incisão sobre o local do lipoma, remove completamente o tecido gorduroso encapsulado e fecha a pele com pontos internos e externos.
O objetivo é garantir a eliminação total do nódulo e evitar recidivas (quando o lipoma volta a crescer no mesmo lugar).
Quando o lipoma é muito grande, profundo ou está em áreas sensíveis, pode ser necessário realizar o procedimento com anestesia geral ou sedação leve.
Em todos os casos, o paciente recebe alta no mesmo dia e pode voltar para casa com orientações pós-operatórias simples.
A recuperação costuma ser tranquila, com pouca dor e baixo risco de complicações. É comum haver um leve inchaço ou sensibilidade na região nos primeiros dias, mas esses sintomas desaparecem com o tempo.
Os pontos são retirados entre 7 e 15 dias após a cirurgia, e a cicatriz final tende a ser discreta.
Conviver com o lipoma não é uma sentença
Se você chegou até aqui buscando entender o que é lipoma, é porque notou algo diferente no seu corpo e decidiu não ignorar. E isso já demonstra cuidado, responsabilidade e atenção com a sua saúde.
Mesmo sendo uma formação benigna, o lipoma pode gerar dúvidas, desconforto estético ou até interferir na sua rotina. E, quando isso acontece, você não precisa aceitar esse incômodo como definitivo.
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Revisado por Dr. Flávio Garcia | CRM 104.850
