As verrugas podem parecer inofensivas à primeira vista, mas a verdade é que elas despertam muitas dúvidas e até mesmo receios. A boa notícia é que, na maioria dos casos, as verrugas são fáceis de identificar, tratáveis e raramente perigosas.
Ainda assim, é fundamental entender suas causas, os tipos mais comuns, como diferenciar uma verruga comum de outras condições de pele e, principalmente, quando é hora de procurar ajuda médica.
Se você tem uma verruga ou desconfia que aquela alteração na pele possa ser uma delas, este conteúdo foi feito para te orientar com clareza, sem alarmismos e com base em informações confiáveis.
O que são verrugas e por que elas aparecem?
As verrugas são pequenas lesões elevadas e ásperas que surgem na pele ou nas mucosas, geralmente causadas pela infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
Esse vírus é altamente contagioso e possui mais de 150 subtipos, alguns dos quais têm afinidade com a pele e promovem o crescimento anormal das células da epiderme, formando essas protuberâncias características.
Apesar da origem viral, nem todas as pessoas expostas ao HPV desenvolvem verrugas. Isso porque o surgimento dessas lesões está diretamente relacionado à resposta imunológica de cada organismo.
Pessoas com baixa imunidade, crianças e indivíduos com ferimentos ou lesões na pele são mais propensos ao aparecimento do problema.
Além disso, fatores como contato direto com a pele de alguém infectado, uso compartilhado de objetos pessoais, frequência em ambientes úmidos e públicos e o hábito de cutucar ou coçar a pele aumentam significativamente o risco de contaminação.
É importante saber que as verrugas não surgem imediatamente após o contato com o vírus. O período de incubação pode variar de semanas a meses, e, muitas vezes, a pessoa nem percebe o momento da infecção.
Embora sejam, na maioria das vezes, benignas e indolores, verrugas podem crescer, se multiplicar ou se tornar incômodas, tanto do ponto de vista estético quanto funcional, principalmente quando localizadas nas mãos, pés, rosto ou áreas genitais.
Quais os tipos de verrugas mais comuns?
Embora muitas pessoas imaginem que todas as verrugas são iguais, existem múltiplos tipos com características distintas e reconhecer cada um deles é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados. Veja os principais tipos de verrugas:
Verruga comum (verruga vulgar): É o tipo mais frequente. Aparece geralmente nas mãos, dedos, joelhos ou cotovelos. Tem aparência áspera, superfície endurecida e formato arredondado. Pode ter cor da pele ou ser levemente acinzentada.
Verruga plantar: Surge na sola dos pés, onde o atrito constante pode fazer com que cresça para dentro da pele.
Por isso, costuma ser dolorosa ao caminhar e pode ser confundida com calos. Muitas vezes apresenta pontinhos pretos no centro (vasinhos sanguíneos).
Verruga filiforme: Muito comum no rosto, pescoço e pálpebras, tem formato alongado e fino, lembrando uma pequena “haste” na pele. É mais frequente em adultos e pode causar incômodo estético, embora não seja dolorosa.
Verrugas planas: Menores e mais lisas que os outros tipos, aparecem em grupos, geralmente no rosto, braços ou pernas. São comuns em crianças e adolescentes, e tendem a ter coloração semelhante à da pele, com aspecto discreto.
Verrugas genitais (condilomas acuminados): Causadas por subtipos específicos do HPV, surgem na região íntima — vulva, vagina, colo do útero, pênis, ânus e áreas ao redor.
São altamente contagiosas e precisam de acompanhamento médico rigoroso, pois alguns subtipos do vírus estão associados a maior risco de câncer.
Verrugas periungueais e subungueais: Aparecem ao redor ou sob as unhas das mãos e dos pés. Podem deformar a unha e são difíceis de tratar, especialmente se a raiz estiver profunda.
Além dessas, há ainda variações menos comuns, mas que também merecem atenção, especialmente se houver crescimento rápido, sangramento, dor ou mudanças de coloração.
Toda verruga é HPV?
Sim, toda verruga é causada por algum subtipo do vírus HPV (Papilomavírus Humano).
No entanto, isso não significa que todas elas sejam transmitidas por via sexual ou estejam associadas a um risco maior de câncer, como é comum pensar quando se fala em HPV.
Ou seja, embora a causa viral seja comum, o modo de transmissão, o tipo de lesão e o potencial de risco variam. Por isso, é importante evitar generalizações.
Outro ponto importante é que, na maioria das pessoas, o sistema imunológico consegue controlar a infecção por HPV, impedindo a manifestação clínica.
Como é feito o tratamento das verrugas?
O tratamento das verrugas depende do tipo, da localização, do tamanho da lesão, da quantidade e da resposta do sistema imunológico de cada paciente.
Em alguns casos, especialmente em crianças, as verrugas podem regredir espontaneamente após alguns meses, o que não elimina a necessidade de acompanhamento médico.
No entanto, quando as verrugas causam desconforto, dor, sangramento, alterações de coloração ou crescimento acelerado, ou ainda quando são persistentes e recorrentes, o tratamento se torna essencial para evitar complicações e impedir o contágio de outros.
Veja as principais formas de tratamento utilizadas por dermatologistas:
Cauterização química: É um dos métodos mais comuns. Envolve o uso de substâncias ácidas (como o ácido salicílico) aplicadas diretamente sobre a verruga para promover a descamação progressiva da pele. Exige constância e cuidado na aplicação.
Cauterização elétrica (eletrocoagulação): Utiliza uma corrente elétrica para queimar e destruir a verruga. Geralmente é feita com anestesia local e indicada para lesões maiores ou mais resistentes.
Crioterapia: Consiste na aplicação de nitrogênio líquido sobre a verruga, congelando suas células. O procedimento é rápido, eficaz e pode ser repetido em sessões, conforme a resposta do organismo.
Curetagem ou excisão cirúrgica: Indicado para verrugas profundas ou que não responderam a outros tratamentos. Envolve a remoção completa da lesão com bisturi, seguida de sutura, se necessário.
Laserterapia: O uso do laser é reservado para verrugas mais difíceis ou em áreas sensíveis, oferecendo boa precisão e menor risco de cicatriz.
Medicamentos tópicos ou imunomoduladores: Alguns cremes podem estimular o sistema imunológico a combater o vírus localmente, sendo bastante utilizados em verrugas genitais ou em pacientes com imunidade comprometida.
É importante destacar que nenhum tratamento caseiro substitui a avaliação médica especializada. Cortar, queimar ou tentar remover verrugas por conta própria pode causar infecções, deixar cicatrizes e até espalhar ainda mais o vírus.
Quando procurar um dermatologista para tratar verrugas?
Você deve procurar um dermatologista quando perceber que a verruga está crescendo rapidamente, mudando de cor ou de formato, ou ainda quando ela dói, sangra, coça com frequência ou se localiza em áreas de muito atrito.
Também é importante buscar avaliação médica se houver múltiplas verrugas espalhadas pelo corpo, especialmente se forem reincidentes, ou se a lesão estiver em regiões sensíveis, como rosto, pálpebras, genitais ou ao redor do ânus.
Caso surjam dúvidas sobre o diagnóstico, ou se você convive com pessoas imunossuprimidas, como idosos, gestantes ou crianças pequenas, a recomendação médica se torna ainda mais importante.
O dermatologista é o profissional mais indicado para avaliar o tipo de verruga, indicar o tratamento adequado e acompanhar sua evolução com segurança.
Sua pele merece atenção e cuidado especializado
Se você chegou até aqui em busca de respostas sobre verrugas, é porque está levando a sério a saúde da sua pele e isso já é um passo importante.
Embora muitas lesões pareçam simples à primeira vista, a verdade é que cada caso tem suas particularidades, exigindo um olhar clínico experiente para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento seguro.
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Revisado por Dr. Flávio Garcia | CRM 104.850
