A cicatrização é o processo de reparação de um tecido machucado para um novo. Consistindo em diversas ações bioquímicas na região da lesão que promovem a inflamação, proliferação e a maturação da lesão a fim de transformá-la em uma cicatriz.
As fases da cicatrização são: Inflamação: quando a região ainda está avermelhada e inflamada podendo apresentar sintomas, como, por exemplo, dor e sensação quente na pele;
Proliferação: este é o início da formação da cicatriz, podendo apresentar a sensação endurecida na região;
Maturação: quando a cicatrização está quase formada, há a disposição do colágeno de volta ao lugar e a aparição da cicatriz em sua forma “final”.
A cicatrização pode levar cerca de 1 ano para ser concluída. Até sua finalização, a cicatriz passa por algumas fases e mudanças podendo, ou não, desenvolver uma forma atípica, como os casos de atrofia e queloide.
A cicatrização pode ser prejudicada por infecções, doenças crônicas como a diabetes não controlada, ferida que ultrapasse as linhas de Langer e por alguns hábitos da própria paciente como o fumo e a exposição ao sol.
É possível acelerar a cicatrização desde que a paciente tenha bons hábitos a longo prazo, como uma alimentação saudável e o controle da diabetes no caso das pessoas que convivem com essa condição. Contudo, durante o processo, a paciente pode tomar cuidados como a aplicação de pomadas cicatrizantes e fitas de silicone, somente quando indicado ao médico.
Limpar as cicatrizes é bem simples, basta lavar com água e sabão neutro algumas vezes ao dia sendo, ou não, necessário a aplicação de pomadas ou fitas de silicone quando receitadas pelo médico.
Os tipos de cicatrizes são:
- Normotrófica;
- Hipertrófica;
- Atrófica;
- Queloide;
- Hipocrômica;
- Hipercrômica.
Enquanto a cicatriz hipertrófica tende a respeitar as bordas da ferida, não avançando e crescendo muito além dos limites, o queloide tende a ultrapassá-lo. Além disso, o queloide pode crescer de forma contínua e por um tempo indeterminado, enquanto as hipertróficas tendem a diminuir.
O queloide surge a partir de uma desordenação das sínteses de colágeno durante o processo de cicatrização, gerando, assim, a cicatriz alta que ultrapassa os limites da ferida e cresce de forma incontrolada.
O queloide nasce em pessoas que possuem a predisposição genética para seu crescimento, sendo mais comum em pessoas negras e amarelas e extremamente raro em pessoas albinas, levando, assim, a tese de que os queloides são mais comuns em populações com maior número de células melanocíticas. Por mais que o queloide surja em pessoas brancas, sua incidência é menor quando comparada a outros grupos étnicos.
Um dos sintomas do surgimento do queloide é a coceira na região durante a cicatrização, sendo, assim, indicado que não se coce a ferida. Já em sua maturação, o queloide pode doer quando em regiões de articulação e em locais que possuem maior pressão por causa de roupas, por exemplo.
O queloide pode ser removido através da cirurgia de exérese de cicatrizes e tratado de forma correta para evitar que surja um novo queloide no local, uma vez que, após a sua remoção, é certeza que aparecerá um novo. A aparição do queloide, diferente da cicatriz hipertrófica, indica que aquela pessoa sempre terá cicatrizes queloidianas - ou ao menos terá uma tendência que suas cicatrizes sejam queloides -, sendo necessário, assim, o tratamento para impedir seu surgimento em todas as suas lesões.
O tratamento para queloide inclui a cirurgia de remoção da cicatriz queloidiana seguido por um destes métodos: fita de silicone, pomadas e aplicação de corticoide e a betaterapia.
A fita de silicone para queloide funciona como uma barreira física impedindo que a cicatriz se torne queloidiana, ela é bastante eficaz quando usada de forma correta.
As pomadas podem funcionar bem quando aplicadas como prevenção para a formação de cicatrizes queloidianas, contudo, não são as mais eficientes, já que é preciso tomar alguns cuidados com elas, como, por exemplo, evitar que entrem em contato com as roupas.
A aplicação de corticoides são bem eficazes quando ministradas por profissionais da área e como forma de prevenir que surjam os queloides. Essas injeções inibem a proliferação desenfreada das sínteses de colágeno. Contudo, esse método possui alguns cuidados, uma vez que um de seus efeitos colaterais é a atrofia do tecido onde foi injetado o corticoide.
Dentre os tratamentos para queloides, a betaterapia se destaca. Com cerca de 4-10 sessões, a betaterapia utiliza uma frequência radioativa que impede a proliferação desordenada do queloide. Ah! Na betaterapia, a frequência da radiação é bem baixa, logo, não há penetração dessa energia na pele.
A cicatriz hipertrófica se forma a partir da desordem das sínteses de colágeno durante o processo de cicatrização, de aparência grossa e saltada, mas respeitando os limites da borda.
Para eliminar as cicatrizes hipertróficas é necessário realizar a exérese do tecido afetado, seguido de um tratamento para garantir que não cresça uma nova cicatriz saltada no lugar. Diferente do queloide, a cicatriz hipertrófica não aparece em todas as cicatrizes, ou seja, não é necessário fazer um tratamento rigoroso para impedir que uma nova nasça no lugar.
Os tratamentos para impedir o aparecimento de uma cicatriz hipertrófica consiste no uso de fitas de silicone, pomadas cicatrizantes e aplicação de corticoide na região após a retirada do tecido afetado. Contudo, esses tratamentos funcionam mais como uma prevenção, já que não é certeza que uma nova cicatriz alta nasça no lugar.
É possível camuflar cicatrizes com o uso da maquiagem e da micropigmentação, porém, esses métodos só tendem a funcionar com cicatrizes de tons diferentes da pele, mas com o mesmo nível da epiderme. Já esses truques em cicatrizes altas, alargadas e fundas podem gerar o efeito inverso, criando sombras que podem destacar ainda mais a cicatriz.
Para tirar a cicatriz é necessário realizar a extração do tecido afetado e a criação de uma nova sutura na região, desta vez seguindo alguns tratamentos para que a cicatriz fique mais fininha e bonita como o uso de pomadas e fitas para impedir seu crescimento, por exemplo.
Na cirurgia de remoção de cicatrizes é usada a anestesia local, o cirurgião faz a remoção do tecido afetado com o auxílio de um bisturi e, então, é feita uma nova sutura - de preferência intradérmica - sendo seguida à risca as orientações médicas para garantir uma nova cicatriz mais bonita e fina.
A média do preço de uma cirurgia de remoção de cicatrizes é de R$7.506,03 a R$15.012,15 (Maio/22) quando feita em ambiente hospitalar - sendo este o indicado -, e R$4.311,01 a R$8.622,54 (Maio/22) quando realizada em um consultório, o que geralmente acontece em casos bem específicos.
A deiscência é a abertura dos pontos de sutura que, geralmente, é causada pelo descumprimento das orientações médicas como: exposição à fumaça, diabetes descontrolada e uso de força, além da obesidade.
O principal fator que causa a abertura dos pontos é o descumprimento das orientações médicas como fazer atividades físicas com uma carga maior que a indicada, exposição à fumaça, obesidade e diabetes descontrolada.
Caso ocorra a abertura dos pontos, é necessário visitar o cirurgião ou uma equipe de enfermagem experiente para refazer a sutura e, assim, seguir as recomendações médicas. Já se os pontos continuarem a abrir pode ser preciso realizar uma cicatrização em segunda intenção.
