Elas podem surgir de repente, crescer devagar e, muitas vezes, causar mais incômodo estético do que dor. Ainda assim, as verrugas costumam despertar dúvidas, medo de contágio e até vergonha em quem convive com elas.
E quando o assunto é tirar verrugas, a internet está cheia de promessas: receitas caseiras, produtos de farmácia e até vídeos ensinando a “cortar em casa”. Mas será que essas opções são seguras? E mais importante: será que funcionam mesmo?
Neste conteúdo, você vai entender por que as verrugas aparecem, quais métodos caseiros são perigosos, quando é hora de procurar um médico e quais são os tratamentos mais modernos para eliminá-las de vez.
O que são verrugas e por que elas aparecem?
As verrugas são lesões benignas na pele causadas pela infecção do vírus HPV (Papilomavírus Humano), o mesmo que pode afetar outras regiões do corpo, como mucosas genitais.
No caso das verrugas cutâneas, o vírus penetra nas camadas superficiais da pele e provoca um crescimento anormal das células, formando pequenas elevações ásperas, de coloração variável e tamanhos diferentes.
Elas podem surgir em qualquer parte do corpo e são mais comuns em pessoas com baixa imunidade, crianças e indivíduos que têm ferimentos frequentes na pele, como cortes, arranhões ou calosidades.
O contágio acontece principalmente por contato direto com a pele infectada ou por meio de superfícies contaminadas, como toalhas, lâminas, sapatos compartilhados ou pisos úmidos de academias e piscinas.
Embora sejam geralmente inofensivas, as verrugas podem se espalhar com facilidade, especialmente se forem coçadas, arrancadas ou manipuladas de forma incorreta.
Vale lembrar que existem vários tipos de verrugas: as comuns (geralmente nas mãos e dedos), plantares (na sola dos pés), filiformes (mais alongadas, comuns no rosto e pescoço), planas (mais discretas, em grupos), além das genitais.
Como tirar verrugas em casa: o que funciona e o que é perigoso?
Receitas caseiras com alho, vinagre, fita adesiva e até pasta de dente são facilmente encontradas na internet. Mas será que esses métodos funcionam de verdade? E, principalmente, são seguros? A resposta é: na maioria dos casos, não.
Muitas dessas práticas podem provocar reações adversas como queimaduras, feridas abertas, infecções e manchas permanentes na pele, especialmente quando aplicadas em áreas sensíveis como rosto, olhos, genitais ou axilas.
Em alguns casos, o uso indiscriminado de substâncias ácidas pode mascarar sinais importantes de doenças mais sérias.
Outro erro comum é tentar cortar, arrancar ou “queimar” a verruga com objetos pontiagudos ou produtos de uso veterinário. Além de extremamente arriscado, esse tipo de ação pode facilitar a disseminação do vírus para outras regiões do corpo.
Quais são os tratamentos médicos mais eficazes para verrugas?
A escolha do método ideal depende de fatores como o tipo de verruga, sua localização, tamanho, tempo de evolução e histórico do paciente. Entre as opções mais utilizadas pelos dermatologistas, estão:
- Crioterapia: Consiste na aplicação de nitrogênio líquido para congelar e destruir o tecido da verruga. É um dos métodos mais comuns e costuma ser bem tolerado, embora possa causar leve desconforto local e formação de bolhas.
- Eletrocauterização: Usa corrente elétrica para queimar a verruga com alta precisão. É indicada para lesões maiores ou mais resistentes e, em geral, requer anestesia local.
- Laser: Método moderno e eficaz, especialmente para verrugas em áreas sensíveis ou de difícil acesso. O laser permite uma remoção mais controlada, com menor risco de sangramento e cicatrizes.
- Curetagem cirúrgica: Indicado para verrugas que não respondem a outros tratamentos. O médico remove a lesão com bisturi ou cureta, sob anestesia local. Costuma ser rápido, mas pode exigir cuidados especiais no pós-operatório.
- Ácidos e quimioterapia tópica: Em casos mais persistentes, pode-se utilizar produtos dermatológicos específicos, como ácido tricloroacético ou medicamentos com efeito antiviral direto sobre a pele.
Além desses métodos, o acompanhamento médico permite monitorar a resposta ao tratamento e orientar o paciente sobre medidas de prevenção, reforço imunológico e higienização correta da pele.
Quando procurar um dermatologista para remover verrugas?
O momento ideal para procurar um dermatologista é quando a verruga muda de tamanho, cor ou textura rapidamente, quando começa a sangrar, doer ou coçar com frequência, ou quando surgem múltiplas lesões em diferentes áreas do corpo
Também é recomendado consultar um profissional quando a verruga está localizada em regiões sensíveis ou de difícil acesso, como o rosto, os olhos, os genitais ou o couro cabeludo.
Além disso, é importante buscar avaliação médica nos casos em que já houve tentativas de remoção caseira sem sucesso ou com piora da condição, ou quando a presença da verruga interfere na autoestima, no convívio social ou gera incômodo estético.
Pessoas com imunidade baixa, como pacientes em tratamento oncológico, transplantados ou com doenças autoimunes, devem redobrar a atenção, já que o risco de disseminação das verrugas é maior.
O simples ato de arrancar uma verruga sem diagnóstico pode mascarar problemas de pele sérios, como câncer cutâneo.
Verruga tem cura?
Sim, as verrugas têm cura, mas é importante entender que elas são causadas por um vírus (o HPV), o que significa que o tratamento vai muito além de apenas “remover o que está visível”.
Mesmo após a retirada completa da lesão, o vírus pode permanecer latente na pele por um tempo, o que aumenta as chances de nova ocorrência se não houver os cuidados adequados.
Por isso, é comum que algumas pessoas relatem que a verruga “voltou” após alguns meses, especialmente quando o sistema imunológico está enfraquecido. E é justamente aí que entra a importância de um acompanhamento dermatológico personalizado.
Para reduzir as chances de reaparecimento, também é essencial:
- Manter a pele sempre limpa e bem hidratada;
- Usar chinelos em ambientes públicos como academias, vestiários e piscinas;
- Fortalecer o sistema imunológico com alimentação equilibrada, sono regulado e acompanhamento médico, se necessário.
Além disso, pacientes com histórico de verrugas recorrentes ou múltiplas devem ser avaliados com mais atenção, já que em alguns casos é necessário combinar tratamentos ou realizar exames complementares.
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Revisado por Dr. Flávio Garcia | CRM 104.850
